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O que vai acontecer quando a nossa galáxia se chocar com a vizinha?

Você já imaginou como seria o céu se a nossa galáxia, a Via Láctea, se fundisse com outra? Pois é isso que vai acontecer daqui a alguns bilhões de anos, quando a galáxia de Andrômeda, a mais próxima da nossa, se aproximar o suficiente para causar uma colisão cósmica. Mas não se preocupe, isso não significa que a Terra vai ser destruída ou que as estrelas vão se chocar entre si. Na verdade, o resultado pode ser até bonito de se ver. Neste artigo, vamos explicar como e quando essa fusão vai ocorrer, e o que ela vai significar para o nosso Sistema Solar e para o futuro do universo.

Como sabemos que as galáxias vão se colidir?

As galáxias são conjuntos de bilhões de estrelas, planetas, gases e poeira, que se mantêm unidos pela força da gravidade. A Via Láctea e Andrômeda são as duas maiores galáxias do chamado Grupo Local, que reúne cerca de 50 galáxias menores. As duas estão se atraindo mutuamente, por causa da sua enorme massa, e estão se aproximando a uma velocidade de mais de 400 mil km/h1.

Os astrônomos conseguem medir essa aproximação usando dados do telescópio espacial Hubble, que observa o movimento e a posição das estrelas em ambas as galáxias. Em 2012, uma equipe da Nasa anunciou que a colisão entre a Via Láctea e Andrômeda é inevitável, e que deve acontecer em cerca de 4 bilhões de anos.

O que vai acontecer durante a colisão?

A colisão entre as galáxias não vai ser um evento rápido e violento, mas sim um processo gradual e complexo, que vai durar mais de 2 bilhões de anos. Durante esse tempo, as galáxias vão se aproximar, se afastar e se aproximar novamente, até se fundirem completamente.

Um dos efeitos mais visíveis da colisão vai ser a mudança na forma e na aparência das galáxias. A Via Láctea e Andrômeda são galáxias espirais, ou seja, têm um núcleo central e braços que se estendem em forma de espiral. Quando elas se encontrarem, esses braços vão se deformar e se entrelaçar, criando novas formas e padrões.

Outro efeito vai ser a formação de novas estrelas. As galáxias são compostas por grandes nuvens de gás e poeira, que são o material básico para a criação de estrelas. Quando as galáxias se colidirem, essas nuvens vão se chocar umas com as outras, provocando explosões e aumentando a temperatura e a pressão. Isso vai fazer com que o gás se condense e se acenda, dando origem a novas estrelas.

E o que vai acontecer com o nosso Sistema Solar?

Apesar de toda essa agitação, a chance de que alguma estrela ou planeta seja destruído pela colisão é muito pequena. Isso porque as estrelas estão muito distantes umas das outras, e a probabilidade de que duas delas se choquem é quase nula. Para se ter uma ideia, a estrela mais próxima do Sol é Proxima Centauri, que fica a 4,3 anos-luz de distância. Isso equivale a cerca de 40 trilhões de km. Se o Sol fosse uma bola de pingue-pongue, Proxima Centauri seria uma ervilha a mais de 1.000 km de distância.

No entanto, isso não significa que o nosso Sistema Solar não vai sofrer nenhuma alteração. O que pode acontecer é que ele seja afetado pela força gravitacional das duas galáxias, e mude de posição dentro da nova galáxia resultante da fusão. Segundo as simulações da Nasa, há duas possibilidades: ou o Sistema Solar é empurrado para uma região mais afastada e isolada da Via Láctea, ou ele é transferido para o território de Andrômeda. Em ambos os casos, ele continuaria orbitando o centro da nova galáxia, mas em uma órbita diferente da atual.

Como seria o céu visto da Terra?

Uma das consequências mais interessantes da colisão entre as galáxias seria a mudança no aspecto do céu noturno visto da Terra. Hoje, podemos observar a Via Láctea como uma faixa brilhante que atravessa o céu, formada pelas estrelas mais próximas do nosso Sistema Solar. Também podemos ver, em algumas épocas do ano, a galáxia de Andrômeda como um ponto luminoso um pouco abaixo da Via Láctea.

Mas, à medida que as galáxias se aproximarem, Andrômeda vai ficar cada vez maior e mais brilhante, até ocupar uma grande parte do céu. Ela vai se sobrepor à Via Láctea, e as duas vão se misturar, formando novas formas e cores. Depois da fusão, o céu vai ter uma nova galáxia elíptica, que pode ser mais ou menos brilhante do que as anteriores, dependendo da quantidade de estrelas que se formarem.

 

Qual é o significado dessa colisão para o futuro do universo?

A colisão entre a Via Láctea e Andrômeda é um evento raro e fascinante, que nos mostra como o universo está em constante mudança e evolução. Mas ele também nos lembra de que o universo tem um destino incerto e sombrio. Segundo as teorias atuais, o universo está em expansão acelerada, ou seja, as galáxias estão se afastando umas das outras cada vez mais rápido. Isso significa que, no futuro, as galáxias vão ficar tão distantes que não poderão mais ser vistas, nem colidir. A Via Láctea e Andrômeda são uma exceção, porque fazem parte do mesmo grupo local, que está ligado pela gravidade. Mas, fora desse grupo, as outras galáxias vão desaparecer do nosso horizonte.

Além disso, o universo está se tornando cada vez mais frio e escuro, à medida que as estrelas vão consumindo o seu combustível e se apagando. As novas estrelas que se formarem na colisão entre as galáxias também terão um tempo de vida limitado, e eventualmente se tornarão anãs brancas, estrelas de nêutrons ou buracos negros. Esses objetos não emitem luz, e só podem ser detectados pela sua gravidade. Assim, o universo vai se tornar um lugar vazio, escuro e silencioso, onde só restarão os restos mortais das estrelas.

Portanto, a colisão entre a Via Láctea e Andrômeda é uma oportunidade única de testemunhar um espetáculo cósmico, que nos revela a beleza e a complexidade do universo. Mas ela também é um lembrete de que o universo tem um fim, e que devemos aproveitar o tempo que temos para explorá-lo e admirá-lo.