Você já se perguntou o que é aquela mancha vermelha que aparece nas fotos de Júpiter? Ela é um dos fenômenos mais intrigantes do nosso sistema solar, e também um dos mais antigos. Trata-se de um furacão gigantesco, que tem o dobro do tamanho da Terra e que já dura mais de 300 anos. Mas o que causa esse furacão? Por que ele é vermelho? E por que ele está encolhendo?
A mancha vermelha de Júpiter foi observada pela primeira vez em 1664, pelo astrônomo inglês Robert Hooke. Mas ele não tinha certeza se era a mesma mancha que o italiano Giovanni Cassini viu em 1665, no hemisfério sul do planeta. Desde então, a mancha vem sendo monitorada continuamente, e se tornou um dos símbolos de Júpiter.
O furacão se forma na alta atmosfera do planeta, que é composta principalmente de hidrogênio e hélio. Júpiter gira muito rápido, em apenas 10 horas, e isso cria fortes correntes de vento que se movem em diferentes direções. Essas correntes se chocam e geram vórtices, que são redemoinhos de ar. Um desses vórtices é a mancha vermelha, que gira no sentido anti-horário e tem uma velocidade de até 600 km/h.
A mancha vermelha não é sempre vermelha. Ela já foi descrita como laranja, marrom, rosa e até branca. A cor depende das nuvens que se formam na região do furacão, que refletem a luz do Sol. Essas nuvens são feitas de amônia, metano, água e outros compostos químicos, que podem mudar de cor de acordo com a temperatura e a pressão.
A mancha vermelha é mais quente do que o resto da atmosfera, e isso faz com que ela exponha camadas mais profundas das nuvens, que têm uma cor mais avermelhada. Essas camadas podem ter até 1.200 km de espessura, o que equivale a 100 vezes a profundidade do oceano na Terra. Os cientistas ainda não sabem exatamente quais são os elementos que dão essa cor à mancha, mas suspeitam que sejam moléculas orgânicas complexas, como hidrocarbonetos.
A mancha vermelha não é sempre do mesmo tamanho. Ela já foi maior do que quatro Terras, mas agora cabe apenas uma. Ela vem encolhendo desde 1830, mas ninguém sabe o motivo. Uma hipótese é que ela esteja perdendo energia por causa da interação com outros vórtices menores, que podem absorver parte do seu ar. Outra possibilidade é que ela esteja passando por um ciclo natural de variação, que pode durar séculos.
Os cientistas estão tentando entender melhor o comportamento da mancha vermelha, usando telescópios como o Hubble e sondas como a Juno, que orbita Júpiter desde 2016. Eles esperam descobrir os segredos desse furacão fascinante, que revela a complexidade e a beleza do maior planeta do nosso sistema solar.